quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Eu quero ser escutado

Porra já chateia!!!
Tantas escutas feitas a gente que não interessa nem ao menino Jesus e que não tem nada para dizer!
Porque é que não escutam pessoas como eu?
Serei incómodo?
Mas só falo de coisas interessantes e que estão documentadas!
Eu quero ser escutado!
Quero e tenho esse direito!
Quero ter alguém, nem que seja o PGR, a escutar-me todos os dias!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Portugal dos pequeninos

Fica em Coimbra este espaço criado pelo médico Bissaya Barreto que os meus pais me levaram a visitar pela primeira vez quando tinha 5/6 anos e que recebeu (e continua a receber) a visita de milhares de crianças, que têm ali á mão um mundo á sua medida onde criam as suas ilusões.
Por alguns momentos sentimo-nos importantes e poderosos por ter um mundo feito para nós.
É o que acontece no panorama politico, empresarial e desportivo do Portugal de hoje, com gente grande em tamanho mas pequenina de alma que continua a querer um mundo a sua medida.
O país está atafulhado desta gente que não cresceu nos principios que devem nortear a vida, preocupando-se apenas em vencer e enriquecer rápido, custe o que custar.
Estes últimos dias mostraram o que Portugal tem de pior.
Túneis sem fim, escutas obscenas, censura nos media e um sem fim de jogadas baixas que fariam corar de vergonha o próprio pinto da costa.
Portugal está á deriva, sem ninguém que consiga traçar um rumo, inspirar confiança e dar ao respeito este país de gente grande e que merece muito mais do que tem recebido.
Aquilo que foi conquistado e construido com tanto esforço pelos nossos antepassados, foi destruído nesta míserável última década por essa gente pequenina e voraz que tudo arrasa.
Com o declinio da justiça, a democracia tocou no ponto mais baixo, colocando em perigo os princípios básicos da sociedade tal como a conhecemos.
A tentativa recente de controlar alguns orgãos de comunicação social, para calar as vozes incómodas, é disso o melhor exemplo.
Em Coimbra, o Portugal dos pequeninos continuará a receber a visita de gente grande em espirito e pureza que, espero, possa construir um futuro melhor.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A censura voltou

Mário Crespo foi hoje afastado da sua habitual coluna semanal no JN.

Supostamente devido a um texto entretanto não publicado onde mencionava uma conversa entre o engenheiro grisalho, o ministro da presidência e alguém com poder nos media, onde Mário Crespo era referido como "mais um problema para resolver".
Não sei se o texto publicado em Dezembro passado teve alguma influência mas, se foi esse o caso, aqui vai o meu contributo anti-censura.


O palhaço

2009-12-14

MÁRIO CRESPO, JORNALISTA

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.